sábado, 26 de maio de 2012
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Pesquisando sobre abortos de repetição
Amigas, hoje vou começar a compartilhar textos q tenho guardado ao longo do último ano sobre aborto de repetição/habitual.
Como sabem, não consigo levar a gestação até o fim, faço parte das 1% das mulheres em período fértil q nao conseguem engravidar. Mas estou tão decidida que no mês que vem vou ao médico. Tenho que iniciar a investigação genética. Vamos lá.....
Veja a reportagem na íntegra:
Só após ter tido três abortos, normalmente entre a sexta e a sétima semana de gestação, é que a professora universitária Viviane de Souza Garrido, 34 anos, chegou ao final da gravidez. A decepção a cada novo aborto era seguida de milhões de dúvidas sobre a impossibilidade de levar a gestação até o fim. “Nenhum médico que consultei em Salvador me dava resposta. Os exames passados eram os comuns para esses casos e não acusavam nada de anormal”, conta Viviane, que chegou a ouvir de um obstetra que aquilo era “comum acontecer”. Decidida a ser mãe, não se conformou com o diagnóstico.
“Passei a pesquisar até chegar a um médico de Fortaleza, que me aconselhou a investigar a causa do problema por meio de uma técnica nova no Brasil, uma vacina, que vinha dando bons resultados em casos como o meu”, relata. O tratamento a que se submeteu é a chamada imunoterapia com linfócitos paternos. Não se arrependeu. Hoje, feliz e realizada, é mãe da pequena Marianna, de 9 meses. “Foram dois meses de tratamento. Engravidei dois meses depois e consegui levar a gestação até o final. O tratamento me deu uma explicação lógica para o meu problema. Eu apostei e não me arrependi. Valeu a pena”, diz.
Viviane tinha o que os médicos chamam de aborto recorrente, de repetição ou habitual, que se caracteriza por três perdas consecutivas de gestação. Normalmente, esses abortos acontecem pela semelhança entre as informações imunológicas da mulher e do marido, o que faz com que o organismo materno não produza os anticorpos bloqueadores que têm a função de impedir o mecanismo de rejeição em relação ao embrião, que traz informação imunológica do pai.
“Quando a informação imunológica do casal é diferente, como acontece normalmente, o organismo da mulher reconhece o feto como um corpo estranho, mas, logo depois, passa a produzir os anticorpos bloqueadores que evitam o aborto espontâneo”, esclarece o ginecologista e obstetra Manoel Sarno.
Estima-se que em torno de 20% dos casais no mundo tenham um aborto. Destes, entre 1% e 3% são recorrentes. No Brasil, a estimativa aponta para um milhão de casais, sendo que a Bahia responde por 100 mil. Os abortos recorrentes podem ser precoces, como o caso de Viviane, quando acontece até a 12ª semana, ou tardios, a partir da 12ª até a 20ª semana, e chamados de primário, se a mulher não teve nenhum filho, ou secundário, quando tem pelo menos um.
São várias as causas que levam a um aborto recorrente. Os precoces geralmente estão ligados a causas genéticas, imunológicas, infecciosas e hematológicas (alteração na coagulação do sangue). Problemas hormonais, como a imunodeficiência lútea (incapacidade de o organismo feminino produzir progesterona), também são causas importantes de abortamentos precoces, além de doenças maternas graves.
Os abortamentos tardios estão mais relacionados, além dos problemas infecciosos, a defeitos anatômicos do útero, como incompetência istmo-cervical (dificuldade do colo em segurar a gestação), ou a defeitos na divisão do útero (bicorno, didelfo ou septado). “Dentre as causas genéticas, deve-se chamar a atenção para mutações de gens responsáveis pela coagulação do sangue”, salienta Sarno.
O médico explica ainda que a causa imunológica pode ser auto-imune (imunidade contra si mesmo) ou aloimune (imunidade contra outro indivíduo). É aí que a vacina tem-se mostrado eficaz. “Cada vez que a mulher tem mais aborto, maiores são as chances de ela ter aborto novamente. Se são mais de três, as chances de um outro aborto pode chegar a até 70%, destaca.
COMPATIBILIDADE – Foi também a semelhança imunológica sua e do marido que fez com que as três fertilizações in vitro feitas pela empresária Andréa Leone Bastos não tivessem dado certo. Na época, ela não sabia disso. Descobriu através de um obstetra que integrou a equipe do médico que utilizava a imunologia da reprodução em Campinas, São Paulo, o médio Ricardo Barini.
“O crossmatch, o exame que detecta a compatibilidade imunológica, e o tratamento foram feitos lá, já que, na época, Salvador não tinha esse tipo de tratamento”, relata Andréa. Com o resultado, o médico indicou três doses da vacina antes de ela engravidar e, posteriormente, que repetisse o exame. “Logo depois, engravidei, e foram indicadas mais três doses”, conta Andréa, grávida de cinco meses.
“Acho que quem tem dificuldade em engravidar deve tentar descobrir se é esse excesso de compatibilidade a razão do problema e, se for, tomar a vacina. Acredito que foi isso que me fez engravidar. É importante que a técnica já esteja disponível em Salvador, o que dá maiores chances para quem quer ser mãe”, avalia.
Outras técnicas, além da vacina, que beneficiam as mulheres que sofrem de aborto recorrente são a cirurgia no colo do útero após 14 semanas de gravidez (cerclagem), o uso de anticoagulantes, corticóides (doença auto-imune) e imunoglobulina venosa, além da correção dos fatores maternos, como diabetes, hipotireoidismo, reposição de progesterona, dentre outras. Existem trabalhos indicando que o uso de vitaminas antioxidantes C e E pode diminuir a chance de problemas genéticos no embrião, o que reduz as taxas de abortamento. “É importante que as mulheres que sofrem abortamento de repetição investiguem as causas no período em que não estão grávidas, só tentando nova gravidez após a correção dos fatores que causam as perdas consecutivas”, aconselha Sarno.
Exames sugeridos
Veja os procedimentos para se investigar abortos recorrentes e falhas em ciclos de fertilização in vitro
PARA O CASAL
Prova cruzada (crossmatch) / Tipagem sangüínea: ABO e Rh / Cariótipo de sangue periférico com bandas / Sorologias para HIV I e II, HTLV I e II / Pesquisa de HbsAg e anti-HCV / Sorologia para Chagas e Sífilis (VDRL)
PARA A PACIENTE
Pesquisa de anticardiolipina e anticoagulante lúpico / Fator antinúcleo (FAN)/ Antiperoxidase e tireoideana e antitireoglobulina / Pesquisa de Mycoplasma e Chlamydia no colo uterino / Pesquisa de Streptococus beta hemolítico no colo uterino e na secreção vaginal/ Sorologia para toxoplasmose e citomegalovírus / Prolactina sérica / Glicemia de jejum e pós-prandial / TSH e T4-livre / Teste de Coombs indireto / Dosagens de antitrombina III e das proteínas C e S / Dosagens das células NK (CD-3, +16, +56) / Pesquisa da mutação do gene do fator V de Leiden / Pesquisa da mutação G20210A do gene da protrombina / Pesquisa da mutação C677T do gene da metileno tetrahidrofolato redutase
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Obrigada pelo carinho. Eu sei que toda essa luta terá uma recompensa. Bjos e estamos juntas nessa!
ResponderExcluirBoa semana.